Redes de telecomunicações,<br>para onde ides?
Ultimamente tem voltado outra vez à baila nos media - a estar na berra - a questão do estado das redes básicas de telecomunicações.
(Escrevi no plural «redes» em vez de «rede», porque esta questão não diz apenas respeito ao nosso país - é uma conversa que está por aí fora, se bem que, com frequência, em cada um dos diversos países, muita gente, agarrada pelas preocupações do seu dia a dia e pelo que lhes instilam para pensar quase só na sua capelinha nacional, muitos, dizia, pressentem as realidades deste tipo como se fossem quase apenas fenómenos e preocupações do seu próprio país. Dir-me-ão que devia dizer «redes», sim, não por são as redes dos diversos países, mas porque também as redes de distribuição de televisão por cabo e as redes para os serviços móveis… mas, de facto, a questão que vem à baila é sempre a das redes básicas de «cobre» dos operadores «incumbentes», não é? Perguntem à Comissão Europeia. Serão, na verdade, redes «beras», criadas nos tempos das empresas públicas, mas até ao presente muito disputadas! Adiante.)
Fala-se, então, nos requisitos por parte da procura, dos clientes, que querem maiores e maiores capacidades de escoamento de informação, melhor dito, de transmissão nos seus acessos de utilizadores. E na verdade a procissão ainda irá no adro.
Pois fala-se nestes tempos em 50 Mbit/s, e mesmo em 100 Mbit/s - pois é, não é de megabits, nem muito menos megabytes que se trata, senhores jornalistas, mesmo os «especializados»! E ainda, regra geral, quando se fala disto não se particulariza muito - antes, particulariza-se quase nada - a questão de haver dois sentidos para considerar as capacidades de transmissão, preferindo-se - do velho hábito do broadcasting e dos media clássicos - a capacidade que o utilizador tem para receber conteúdos - download - à capacidade requerida para o envio de conteúdos por sua iniciativa - upload.
Mas de facto é uma questão importante e, em particular, para as redes preparadas inicialmente para a distribuição de sinais de televisão, as quais, não obstante a vantagem tecnológica de base dos cabos coaxiais sobre os cabos de pares de cobre das redes preparadas inicialmente para o serviço telefónico, as quais - redes para TV por cabo - previam capacidades para os dois sentidos «muito» assimétricas - isto é, «descarrega o conteúdo para o cliente», em vez de capacidades simétricas como nos serviços conversacionais, como é o caso do serviço telefónico . Mas também, para as redes de cobre do «telefone fixo» por razões de limitação de enfraquecimento dos sinais para as frequências elevadas.
Claro - e tenho-o escrito várias vezes - que tudo se foi podendo, com mais ou menos esforço, remediar - «dar» maior capacidade ao cobre da rede fixa «telefónica», instalando os modems ADSL (ou, mais recentemente, ADSL2+), e, para permitir a comunicação nos dois sentidos nas redes concebidas para a distribuição de televisão, instalando as funções corporizadas pelos cablemodems (modems de cabo).
Aí estava, e tem estado desde então, a banda larga; e, com os falados requisitos de 50 Mbit/s e 100 Mbit/s, aí estará uma «super» banda larga - para empregar termos mediáticos, por isso, bombásticos, mas também, certamente, termos ambíguos. Daí o falar-se agora, outra vez - a anterior tinha sido há mais de duas décadas - da necessidade do emprego de fibras ópticas - com as suas muito maiores (enormes!) capacidades de transmissão -, a deverem chegar tão perto quanto for [técnico-economicamente] conveniente, digamos assim, da instalação dos utilizadores - a casa destes, tratando-se de clientes residenciais. De facto, basicamente, no caso dos operadores da rede fixa telefónica - a rede de cobre, portanto -, estão a ser praticados dois tipos de solução para os acessos: uma em que as fibras são estendidas até ao edifício/instalação do utilizador; outra em que as fibras são estendidas até ao armário de rua, instalado relativamente próximo do edifício do utilizador (100 -200m), e daí até à instalação daquele os pares de cobre são o meio de transmissão em que trabalha um novo modem, o VDSL, que permite tais capacidades.
«Tudo bem, vai arranjar-se meios para este investimento.» E para quando fica a mudança do cobre da rede para a tecnologia all IP, do tronco do corpo que em conjunto os membros - os acessos - fazem a coerência e robustez das redes? E o dinheiro para este investimento? Anda esquecido? É um dado «adquirido»? É que não é assim tão pouco!
(Escrevi no plural «redes» em vez de «rede», porque esta questão não diz apenas respeito ao nosso país - é uma conversa que está por aí fora, se bem que, com frequência, em cada um dos diversos países, muita gente, agarrada pelas preocupações do seu dia a dia e pelo que lhes instilam para pensar quase só na sua capelinha nacional, muitos, dizia, pressentem as realidades deste tipo como se fossem quase apenas fenómenos e preocupações do seu próprio país. Dir-me-ão que devia dizer «redes», sim, não por são as redes dos diversos países, mas porque também as redes de distribuição de televisão por cabo e as redes para os serviços móveis… mas, de facto, a questão que vem à baila é sempre a das redes básicas de «cobre» dos operadores «incumbentes», não é? Perguntem à Comissão Europeia. Serão, na verdade, redes «beras», criadas nos tempos das empresas públicas, mas até ao presente muito disputadas! Adiante.)
Fala-se, então, nos requisitos por parte da procura, dos clientes, que querem maiores e maiores capacidades de escoamento de informação, melhor dito, de transmissão nos seus acessos de utilizadores. E na verdade a procissão ainda irá no adro.
Pois fala-se nestes tempos em 50 Mbit/s, e mesmo em 100 Mbit/s - pois é, não é de megabits, nem muito menos megabytes que se trata, senhores jornalistas, mesmo os «especializados»! E ainda, regra geral, quando se fala disto não se particulariza muito - antes, particulariza-se quase nada - a questão de haver dois sentidos para considerar as capacidades de transmissão, preferindo-se - do velho hábito do broadcasting e dos media clássicos - a capacidade que o utilizador tem para receber conteúdos - download - à capacidade requerida para o envio de conteúdos por sua iniciativa - upload.
Mas de facto é uma questão importante e, em particular, para as redes preparadas inicialmente para a distribuição de sinais de televisão, as quais, não obstante a vantagem tecnológica de base dos cabos coaxiais sobre os cabos de pares de cobre das redes preparadas inicialmente para o serviço telefónico, as quais - redes para TV por cabo - previam capacidades para os dois sentidos «muito» assimétricas - isto é, «descarrega o conteúdo para o cliente», em vez de capacidades simétricas como nos serviços conversacionais, como é o caso do serviço telefónico . Mas também, para as redes de cobre do «telefone fixo» por razões de limitação de enfraquecimento dos sinais para as frequências elevadas.
Claro - e tenho-o escrito várias vezes - que tudo se foi podendo, com mais ou menos esforço, remediar - «dar» maior capacidade ao cobre da rede fixa «telefónica», instalando os modems ADSL (ou, mais recentemente, ADSL2+), e, para permitir a comunicação nos dois sentidos nas redes concebidas para a distribuição de televisão, instalando as funções corporizadas pelos cablemodems (modems de cabo).
Aí estava, e tem estado desde então, a banda larga; e, com os falados requisitos de 50 Mbit/s e 100 Mbit/s, aí estará uma «super» banda larga - para empregar termos mediáticos, por isso, bombásticos, mas também, certamente, termos ambíguos. Daí o falar-se agora, outra vez - a anterior tinha sido há mais de duas décadas - da necessidade do emprego de fibras ópticas - com as suas muito maiores (enormes!) capacidades de transmissão -, a deverem chegar tão perto quanto for [técnico-economicamente] conveniente, digamos assim, da instalação dos utilizadores - a casa destes, tratando-se de clientes residenciais. De facto, basicamente, no caso dos operadores da rede fixa telefónica - a rede de cobre, portanto -, estão a ser praticados dois tipos de solução para os acessos: uma em que as fibras são estendidas até ao edifício/instalação do utilizador; outra em que as fibras são estendidas até ao armário de rua, instalado relativamente próximo do edifício do utilizador (100 -200m), e daí até à instalação daquele os pares de cobre são o meio de transmissão em que trabalha um novo modem, o VDSL, que permite tais capacidades.
«Tudo bem, vai arranjar-se meios para este investimento.» E para quando fica a mudança do cobre da rede para a tecnologia all IP, do tronco do corpo que em conjunto os membros - os acessos - fazem a coerência e robustez das redes? E o dinheiro para este investimento? Anda esquecido? É um dado «adquirido»? É que não é assim tão pouco!